O meu ser criativo
- juliaserrate
- 4 de jan. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de jan. de 2019
O anseio por criar, projetar, pôr a mão na massa, são pistas que recebi ao longo da vida que me mostravam o ser criativo que eu entendo ser hoje.
Muito antes de trabalhar com arte, a criatividade já estava em mim: quando eu era criança e escolhia desenhar como opção de diversão, enquanto outras escolhiam correr, brincar de bola ou assistir TV; quando me dedicava horas, e às vezes dias, pra fazer um cartão de aniversário pra alguém especial; quando estudava desenho por conta própria e por diversão; quando tinha vontade de não comprar nada que eu conseguisse fazer sozinha (bijuterias, móveis, arranjos pra casa, decorar minhas próprias festas), e não era por economia, mas por vontade de fazer; quando, no sétimo período, falava em largar minha faculdade de Química pra cursar Artes Plásticas; quando, na época que trabalhava em um laboratório, estava sempre inventando algo novo ou uma forma diferente de fazer as coisas.

Esse anseio por criar, projetar, pôr a mão na massa, são pistas que recebi ao longo da vida que me mostravam o ser criativo que eu entendo ser hoje. Hoje consigo perceber com clareza o envolvimento e motivação natural que eu sempre tive quando o assunto era criar e inventar, e o tamanho da minha realização durante a execução e depois da conclusão das coisas que eu criava.
Criar é o que existe de melhor em mim. É o que existe de mais natural no meu ser, uma chama que se mostrou presente desde que eu comecei a me entender por gente e que sempre fez sentido de alguma forma, mesmo antes de eu perceber isso conscientemente.
Abraçar a arte como profissão fez com que eu me sentisse capturada pelo meu destino. Eu, que estava sempre direcionando meus esforços para o caminho das ciências, sempre via o meu lado artístico tentando me puxar através de oportunidades, comportamentos e acasos ao longo da vida.
Um dia eu cedi. Fiz contas, me planejei e arrisquei me jogar nesse mundo de incertezas que é trabalhar por conta própria, e viver da minha arte, do que estava na minha essência, do que percebia que deveria acontecer desde sempre. Fez todo sentido pra mim. E o mais incrível, é que fez sentido pras pessoas que conviviam comigo também. Eu não fazia ideia de que escutaria repetidas vezes pessoas dizendo que dava pra ver nos meus olhos que eu amo o que faço, sem que eu precisasse dizer nada.
Nunca me arrependi, nem por um segundo de ter abraçado o meu lado criativo. Também não me arrependo de não ter sido esse o meu primeiro caminho. Eu acredito que tudo que fazemos e vivemos, todas as nossas escolhas, contribuem pro que somos e pra onde estamos hoje. E hoje, eu me sinto feliz.
Escrito por Julia Serrate
Comentários