FOZ DO IGUAÇU
- juliaserrate
- 28 de mar. de 2019
- 18 min de leitura
Atualizado: 29 de mar. de 2019
Na última semana tive a oportunidade de realizar um sonho: o de conhecer as Cataratas do Iguaçu. Louca com cachoeiras que sou, as Cataratas do Iguaçu era um item quase obrigatório na minha lista de lugares imperdíveis.
Vou contar aqui, seguindo o nosso roteiro, um pouco sobre a cidade e nossas impressões e dicas de economia, e já vou avisando que não vai ser resumido, porque quando o assunto é dica de viagem, os detalhes são sempre uteis.
Antes, com relação às condições do tempo, pegamos um pouco de chuva nos primeiros dias e depois o tempo melhorou. A temperatura estava ótima mesmo a noite, sendo suficiente só uma jaquetinha leve. Acredito que a temperatura deve ter variado dos 20ºC aos 28ºC .
O nosso roteiro de 4 dias inteiros, realizado dos dias 17/03/2019 a 22/03/2019, foi o seguinte:
Dia 1 – Chegada a Foz do Iguaçu.
Dia 2 – Manhã – Compras no Paraguai
Tarde – Parque das Aves
Tarde/Noite – Marco das três fronteiras, lado brasileiro
Dia 3 – Cataratas lado brasileiro e Macuco Safari
Dia 4 – Manhã – Itaipu
Tarde – Templo Budista
Dia 5 – Manhã/Tarde - Cataratas lado argentino
Noite – Puerto Iguazu
Dia 6 – Volta pra Vitória
Dia 1 – Chegada em Foz do Iguaçu
Pegamos um voo que saiu de Vitória às 6h da manhã, com escala em Campinas, onde o nosso voo pra Foz atrasou, e chegamos só umas 15h30. Eu achei que o primeiro dia poderia ser proveitoso, mas a verdade é que com o atraso do voo, nós chegamos bem exaustos e preferimos descansar porque no dia seguinte, queríamos chegar cedo ao Paraguai.
Nos hospedamos na avenida Juscelino Kubitschek, a duas quadras do Terminal de ônibus JK, o que foi uma ótima escolha, porque conseguimos fazer tudo de ônibus, inclusive ir do aeroporto para o nosso apartamento (do lado de fora do aeroporto, pegamos a linha 120, que nos levou ao terminal JK). Todos os ônibus que precisamos passavam em frente ao nosso prédio, ou no terminal. Só chamávamos Uber quando queríamos voltar tarde (a rua ficava um pouco deserta a noite) ou quando não tinha linha direta de um ponto turístico pra outro. Gastamos muito pouco com Uber pois os trechos que precisamos sempre eram curtos e o sistema de ônibus da cidade é bem prático. A cidade possui sistema de terminais, o que permite que você troque de ônibus sem precisar pagar outra passagem. A passagem dos ônibus que circulam Foz do Iguaçu custa R$3,75.
O apartamento que nos hospedamos também ficava perto de um Supermercado Mufato, uma rede grande em Foz. O supermercado era excelente, com padraria, restaurante self-service e lanchonete.

Nos recomendaram ir a noite jantar no centro da cidade, no Capitão Bar ou Raffain Chopp (que ficam a uma quadra de distância um do outro). Era um domingo e quando chegamos lá, os dois tinham uma fila enorme de gente pra entrar, música ao vivo, gente bem arrumada e muita cara de baladinha, o que era longe de ser a nossa vibe naquele dia que acordamos as 3h da manhã e ficamos 10 horas em viagem. Exatamente no meio do caminho entre o Capitão e o Raffain, encontramos uma praça de alimentação chamada Food Court, e nela, o restaurante O Argentino.
No restaurante O Argentino, eles servem carnes e empanadas e era tudo muito gostoso com um preço que achamos justo. Pedimos uma porção de bife de Chouriço (400g) acompanhado de molho Chimichuri, um alho assado sensacional e batatas fritas que custou R$54,00, que deu pra meu esposo e eu comermos muito bem! As empanadas também são maravilhosas! Vale a pena experimentar.
A descoberta dessa praça de alimentação faria com que voltássemos lá mais duas vezes rs.
Dia 2
Manhã – Compras no Paraguai
Saímos de casa umas 7h da manhã e em frente ao nosso prédio, pegamos o ônibus que nos deixou perto da Ponte da Amizade. Descemos do ônibus e atravessamos a ponte a pé, uma travessia muito tranquila de uns 700m, que você faz em menos de 15 minutos apreciando a vista do rio Paraná. Ao final da ponte, já no lado paraguaio, está a aduana que revista principalmente carros com carroceria e vans. Pra nós, pedestres, não houve revista em nenhum momento. Vários sites recomendam atravessar a ponte a pé porque o trânsito na Ponte da Amizade é sinistro! Me pareceu ser o único lugar da cidade que tinha trânsito a qualquer hora do dia.
Ciudad del Este me lembrou um pouco a 25 de Março: um aglomerado de lojas, shoppings e camelôs. Nos orientaram a tomar cuidado com os pertences lá (aquela coisa que brasileiro esperto já sabe fazer quando está em um local de grandes aglomerações).
Na rua você encontra várias pessoas te perguntando pra onde você quer ir, o que quer comprar, o que está procurando... muitas dessas pessoas ganham comissão te levando a uma loja, mas já ocorreram casos de pessoas má intencionadas que em vez de levar os turistas a uma loja, os levaram para um local onde eles foram assaltados.
A mesma coisa acontece com as vans. A rua é lotada de vans que fazem o trajeto de volta pro Brasil, mas na semana anterior a nossa ida à cidade, um grupo de turistas também foi assaltado porque entrou em uma van de bandidos. É muito triste pensar que quase todas aqueles pessoas de vans e os “piranhas” (pessoas que ficam pescando as pessoas na rua pra levar pras lojas) estão ali trabalhando, e bandidos se aproveitam disso pra assaltar turistas... preferimos não arriscar e não tivemos nem vimos nenhum problema. Ciudad del Este não me pareceu ser um local perigoso.
O Paraguai é ótimo pra quem quer comprar eletrônicos e cosméticos. Segundo um motorista de Uber, o Paraguai cobra imposto de só 10% sobre importados enquanto no Brasil essa taxa vai de 60 a 90%!! (Fonte: https://www.promobit.com.br/blog/como-funciona-a-taxacao-de-produtos-importados-297/). Sendo assim, não é difícil encontrar celulares com 500 reais de diferença de preço.
Em todas as lojas que fomos, aceitavam tanto real quanto dólar. Quando pagávamos em real, eles faziam a conversão pro dólar de uma forma que achamos que valeu a pena, já que em casas de câmbio, compraríamos dólar a R$4,10, e nas lojas, a taxa de conversão era de R$3,97.
Caso você queira usar cartão pra fazer a compra, a maioria das lojas cobra uma taxa de 10% a mais em cima do valor do produto, então pode não compensar.
Não tínhamos grandes intenções de compras, então não tenho nada a dizer sobre lojas específicas. Por volta das 13h já estávamos voltando.
Atravessamos de novo a ponte a pé e voltamos pro nosso apartamento pra deixar o peso das compras que fizemos e continuar os passeios do dia.
Tarde – Parque das Aves
Almoçamos no supermercado Mufato, ao lado do nosso prédio. O mercado tem um self-service bom e barato (R$32,00 o quilo) e já aproveitamos pra comprar material pra preparar uns lanches pro dia seguinte.
Fomos pro terminal e pegamos o ônibus que ia para as Cataratas (que também é o mesmo ônibus que passa no aeroporto). O Parque das Aves fica em frente a entrada do parque das cataratas, por isso, muita gente faz esses dois parques no mesmo dia. Como conhecer as cataratas era um sonho pra mim, eu não quis ter nada mais naquele dia competindo pelo tempo. Isso foi uma ótima escolha porque encontramos o Parque das Aves vazio a tarde (chegamos umas 15h30) e andamos lá sem pressa. O que a maioria dos turistas fazem é ir no Parque das Aves correndo de manhã, antes de ir pro parque das cataratas, ou sair do parque das cataratas mais cedo para ir ao parque das aves, que fecha às 17h.
O Parque das Aves é lindo e merece um passeio com calma, especialmente se você estiver com criança (elas ficam maravilhadas lá). Fizemos esse passeio em umas 2 horas. Existem vários momentos que você fica dentro de viveiros e tem possibilidade de chegar pertinho de araras, tucanos e várias outras aves lindas.
Tarde/Noite – Marco das Três Fronteiras
Do parque das aves, chamamos um Uber para ir ao Marco das Três Fronteiras, que era próximo, mas não existe uma linha de ônibus que vai de um pro outro.

E aqui vai uma Dica de Economia. Ao chegar na entrada do marco, descobrimos a existência do Passaporte 3 Maravilhas (que você também consegue comprar nas cataratas brasileiras e em Itaipu ou pela internet). É um passaporte que por um valor único te dá direito a entrar no Marco das Três Fronteiras, Cataratas do lado brasileiro e visita panorâmica em Itaipu, além de te permitir usar filas preferenciais e 10% de desconto nas lojas e restaurantes desses 3 locais. Comprando cada ingresso separado, você paga o total de R$121,00 (Itaipu R$42+ Marco R$24+ Cataratas R$55), enquanto o passaporte custa R$99,00 para brasileiros. Você ainda tem a possibilidade de pagar menos se for estudante (tem que apresentar a carteirinha dentro da data de validade), saindo por R$71,00 para fazer os três passeios usando o passaporte. Como queríamos fazer os três passeios, aproveitamos o passaporte e ainda usamos pra ganhar um descontinho em ímãs de geladeira que compramos nas lojinhas!

O marco das três fronteiras do lado brasileiro foi reformado recentemente e está muito bonito. Do lado de fora tem uma roda gigante, que nós não fomos, mas eu imagino que deva ter uma vista linda. Ao entrar no parque existem ruinas do período dos jesuítas, que estão muito bonitas e bem conservadas. E mais a frente, a vista do encontro dos rios Paraná e Iguaçu. Nesse dia, o tempo ainda estava fechado para ver um por do sol bonito, mas ainda assim valeu a pena o passeio.
Como era uma segunda-feira, não teve apresentação de danças típicas. De terça a domingo, acontece a noite no marco uma apresentação cultural de danças que dizem ser bem bonito.
Nós achamos a comida dentro do local muito cara, tanto do restaurante quanto das lanchonetes, e decidimos voltar para a nossa praça de alimentação Food Court pra encerrar o dia, dessa vez comendo comida mexicana.
Aqui vai mais uma Dica de Economia. Ao lado da praça de alimentação, tem um quiosque do Ticket Loko (tem quiosques espalhados pela cidade inteira). É como se fosse um Peixe Urbano da cidade, com promoções pra passeios, transfer e restaurantes que você só encontra lá, inclusive com preços melhores que do Peixe Urbano. No quiosque, compramos a entrada pro Macuco Safari com 8% de desconto (de R$238,00, saiu por R$220,00). Os descontos sempre variam, então não deixe de dar uma conferida no site deles (https://ticketloko.com) se algum dos seus locais de interesse está em promoção antes de ir pra Foz.
Lá perto mesmo (umas 3 quadras), aproveitamos para trocar real por pesos argentinos em uma casa de câmbio dentro do Supermercado Italo, para comprar a entrada do parque das cataratas do lado argentino.
Dia 3 – Cataratas do Iguaçu, lado brasileiro
Esse foi sem dúvida o ponto alto da nossa viagem. O dia que mais aproveitamos.
Como eu fiquei assustada com os preços do Marco das Três Fronteiras, preparei sanduiches e enchi uma bolsinha térmica com comidinhas!
Mais uma vez, no terminal, pegamos o ônibus para as Cataratas (ou deveria dizer para Torre de Babel, porque tinha gringos sem fim dentro do ônibus).
Chegamos no parque umas 9h30 e usamos nosso passaporte para entrar na fila preferencial (que foi a única vez que ele foi útil pra esse fim, porque no geral, os locais não estavam lotados. Nem a fila do parque das cataratas estava muito grande).
Ao entrar, você pega um ônibus (gratuito) que passa de 10 em 10 minutos, que te leva aos locais de interesse dentro do parque.

A terceira parada do ônibus é a passarela das cataratas, uma passarela de mais ou menos 1km na encosta do cânion do Iguaçu, com vários mirantes onde os turistas se aglomeram por uma foto! Rs é bem bonito. No ponto final da passarela, você chega pertinho das cataratas, naquela parte onde as pessoas colocam capa de chuva (não foi o nosso caso) e você se molha muito! Nessa parte, o espaço estava um pouco disputado.

Usamos a capa de chuva só na mochila. Resolvemos nos molhar. Ficar parado na frente das cataratas é como entrar embaixo de um chuveiro! Você sai pingando.
Algumas pessoas passavam correndo pra não se molhar muito. A maioria fotografava tudo, encontrava uma brecha no meio da muvuca, olhava aqui e ali e depois ia embora. Mas uma das coisas que eu mais gostei de ver nesse dia foi a reação das pessoas que estavam maravilhadas de verdade, sabe. Aquelas que abriam os braços quando não tinha nenhuma câmera apontando pra elas. Aquelas que ficavam imóveis com os olhos fechados. Umas viajavam com o olhar perdido na direção das quedas d´água, do spray de água que levantava de onde as quedas se concentravam. Algumas cantavam e até mesmo dançavam! E na boa, opinião minha, é um desperdício de viagem se deparar com as cataratas do Iguaçu e não se deixar ficar maravilhado. É um local onde se vê a beleza, a força e o som da natureza em todo seu potencial. É uma explosão de sentidos, com uma vista maravilhosa, o estrondo das águas, as gotinhas te molhando e o cheiro de natureza. Ao mesmo tempo que me vi pequena diante daquilo tudo, senti que também fazia parte daquilo e que era ligada de alguma forma. Não digo que todos vão sentir o mesmo, mas para os que se permitirem, é uma oportunidade de encontro com Deus, cada pessoa da sua forma, mas sempre serão experiências nada menos que grandiosas.

Saímos da passarela mais ou menos ao meio dia pra fazer um lanchinho antes de ir pro Macuco Safari. Perto das lanchonetes, é difícil lanchar sem ser perturbado por quatis, que são muito bonitinhos, mas muito viciados em comida humana. Eles vêm aos bandos atraídos pelo cheio da comida, e o olfato deles é sinistro!! Tivemos um pouco de dificuldade pra comer, mas nenhum problema. Mas chegamos a ver quatis roubando pacotes de biscoito da mão de crianças e nos disseram que alguns chegam a atacar. O bom mesmo é evitar comer perto deles, mas como eles sabem que perto de lanchonetes tem comida, você dificilmente fará um lanche em paz em uma lanchonete.
Pegamos o ônibus do parque e fomos pro Macuco Safari. Lá, você pega um carrinho elétrico que te leva até o local de onde os botes saem rio acima. Nesse local, você pode alugar um armário (R$10,00) pra guardar a mochila e o tênis, porque essa é a hora de se molhar de verdade! Conseguimos levar o celular dentro de uma daquelas capinhas simples a prova d’água e foi bem tranquilo. Só tem que segurar bem pra não perder!

O bote vai pulando nas corredeiras do rio até chegar em um local com uma vista bonita pra tirar fotos, e fica parado ali por alguns minutos enquanto um fotógrafo tira foto da galera (você pode comprar o CD com as fotos e as filmagens depois do passeio, e custava um R$50,00). Depois, o barco sobe mais um pouco o rio até uma queda d’água e entra embaixo da queda umas três vezes. É bem divertido!! Depois disso, ele volta. A duração total é de mais ou menos uns 20 minutos. Minha opinião sobre o Macuco Safari é que é um passeio legal e tal, porque é uma sensação maneira entrar no rio, passar as corredeiras e ir até debaixo de uma queda d’água, mas é um passeio muitíssimo rápido pra custar o que custa. Enfim, não repetiria pelo preço, mas como experiência, foi bom, apesar de caro.
Saindo do Macuco, pegamos o ônibus pra voltar pras cataratas, mas dessa vez fomos até a 4ª parada de ônibus, que já é bem mais perto das cataratas e tem um elevador panorâmico. Nessa hora (umas 15h30), o parque já estava bem mais vazio, e descemos pelo elevador sozinhos!!
Voltamos para a passarela, que agora tinha poucas pessoas, e ficamos lá nos molhando até umas 17h!

Depois disso, subimos novamente pelo elevador e quando achamos que estávamos indo embora, voltamos pra olhar mais um poquinho e acabamos sentando no chão na beira de um parapeito, de onde tínhamos a vista pras cataratas. É indescritível como você sempre tem a sensação de que ainda não viu o suficiente. A essa hora, o sol já estava mais baixo, formando uma cor alaranjada no spray de água. Foi aí que decidimos ir ficando ali pra ver se rolava de ver o pôr do sol (o parque fecha as 17h e já eram mais de 18h). Mais algumas pessoas foram sentando ali perto da gente, só que não rolou! Lá pra umas 18h20, um funcionário mandou a gente embora.... Mas valeu!! Saímos com a sensação de ter aproveitado cada minuto do dia.
Pegamos o ônibus do parque até a saída, e de lá pegamos o ônibus de volta pra casa. Só que não descemos em casa. Adivinha onde descemos!! Na praça de alimentação de novo!!! Rs Novamente no Argentino, comemos uma alcatra coberta com queijo e acompanhada de chimichuri e batata frita e alho assado.
Dia 4 – Manhã – Itaipu
Mais uma vez, pegamos o ônibus em frente ao nosso prédio para fazer o passeio panorâmico em Itaipu.
Como fizemos o passeio na área externa da hidrelétrica, eu fui de shortinho e sandália, e meu marido de bermuda (o que foi um erro, porque fez frio!!). Pra quem vai fazer o passeio na parte interna, tem que ir de bermuda abaixo do joelho e sapato fechado.
Também não pode entrar com bolsa grande, mas eles têm guarda-volumes lá. Toda bolsa é revistada antes de entrar pro passeio.

Já dentro de Itaipu, pegamos o ônibus que iria rodar com a gente. O ônibus é como uma jardineira, aberto na parte de cima e parava em mirantes ao longo do caminho para a galera tirar foto. É bem impressionante a grandiosidade da construção.
Uma das paradas era o mirante para o vertedouro, um local na barragem que abre quando o nível da água da represa está muito alto, mas pelo que nos foi informado, o vertedouro fica aberto apenas 10% do ano. Pra vê-lo aberto, tem que ter um pouco de sorte. Não foi o nosso caso.
A última parada do ônibus era o Porto Katamaram, um local de onde as pessoas podem fazem o passeio de catamarã ou almoçar em um restaurante. Nós decidimos almoçar lá mesmo. Por ser um local muito turístico, o preço não era dos mais baratos. Pagamos R$30,00 em um prato executivo que veio muito bem servido. O restaurante também tem desconto pra quem tem o Passaporte Três Maravilhas. Depois de almoçar, ficamos um tempo de bobeira no píer olhando a represa e uma capivara que passeava por ali, e depois voltamos.
O Passaporte Três Maravilhas também fez com que ganhássemos de cortesia a visita ao Ecomuseu de Itaipu. Seguimos para lá também no ônibus da empresa. O Ecomuseu tem algumas coisas interessantes como uma sala que é a simulação perfeita de uma sala de turbina, e duas maquetes com a vista da região da represa antes e depois da inundação. Ficamos impressionados em saber que as Sete Quedas de Guaíra (cataratas com volume de água 4 vezes maiores que as Cataratas do Iguaçu que ficaram submersas depois da inundação) ficavam a mais de 100 Km de distância da repesa e estão 10 metros embaixo d’água.
Tarde – Templo Budista
Terminada a visita a Itaipu, chamamos um Uber pra nos levar ao Templo Budista. O templo fica relativamente perto, mas não existe linha de ônibus que vá direto de Itaipu para lá. Nós vimos algumas pessoas descendo na rodovia e indo a pé até o templo. É uma caminhada de uns 15 minutos.
A visita ao espaço é gratuita. O templo fica em um local da cidade com uma vista muito bonita. O local é bem arborizado com várias estátuas representando elementos do budismo e um templo lindo com uma arquitetura bem oriental. Você pode comprar na lojinha deles uma revistinha (R$5,00) que explica cada uma das estátuas e algumas filosofias do budismo. Como eu gosto de entender as coisas, eu comprei a revistinha e achei bem interessante.
Para sair de lá, voltamos de ônibus.
Dia 5 – Manhã e Tarde - Cataratas Argentinas

Na nossa rua, pegamos o ônibus que vai para Puerto Iguazu. A passagem custou R$6,00. Esse ônibus não entra no terminal. Ele passa por um ponto do lado de fora.
Diferente do Paraguai, toda pessoa que atravessa a fronteira Brasil-Argentina precisa passar pela imigração, onde verificam seus documentos e carimbam seu passaporte se você apresenta-lo. Os documentos válidos são passaporte, carteira de identidade (com menos de 10 anos de emissão) e recentemente a CNH passou a ser aceita (dentro da data de validade). Ao chegar na aduana, o ônibus para e todo mundo desce. O motorista espera só uns 5 minutos. Como o nosso ônibus não estava cheio e não tinha fila na aduana, todo mundo conseguiu voltar pro mesmo ônibus.
Caso não desse tempo, você pode entrar
no próximo ônibus que passar.
Já na Argentina, o motorista avisou o ponto onde deveríamos descer para pegar o ônibus para as cataratas. No ponto de ônibus, ficam vários motoristas de taxi tentando te convencer a ir para o parque das cataratas com eles, e eles são bem insistentes!! Eles começaram cobrando R$80,00 por uma corrida para o parque, depois foram abaixando.
Quando o ônibus chegou, eles já estavam gritando que faziam por R$60,00, o que compensaria para quem estivesse em 4 pessoas. Nós até estávamos conversando com outro casal de brasileiros, mas como na semana anterior tinha rolado o assalto aos turistas da van no Paraguai, nós estávamos meio cabreiros de entrar em carros que não tivéssemos chamado pelo aplicativo. Fomos de ônibus mesmo, mas vimos várias pessoas pegando o taxi.

O ônibus que leva até o parque das cataratas é confortável, com ar condicionado e tal, mas custa R$20,00 por pessoa pra fazer um trajeto mais curto do que o que fazíamos em Foz do nosso prédio até as cataratas brasileiras por R$3,75! Na boa, não tem a menor necessidade da passagem custar esse valor todo, mas, fazer o que...
Ao chegar no parque, compramos as entradas com os pesos que já tínhamos trocado. De fato, a tabela de preços da bilheteria só tinha os valores em pesos. Pelo que vi, não aceitam outra moeda, nem cartão. Ao lado da bilheteria até tem uma casa de câmbio, mas nos disseram que a taxa de conversão é bem desfavorável.
O parque da Argentina estava bem mais cheio. Provavelmente porque no dia anterior rolou uma manifestação na fronteira que não deixou ninguém atravessar! Acho que todo mundo que estava no Brasil e tentou ir à Argentina no dia anterior, estava ali naquele dia! Ao passar a roleta do parque, logo à frente, tem um centro de informações onde você pega um mapinha. O parque tem três trilhas. O funcionário do parque nos sugeriu que fizesse a trilha que vai pra garganta do diabo por último, porque o período que essa trilha fica mais lotada é pela manhã.

De fato, o parque estava menos cheio a tarde porque vários turistas visitam o parque pela manhã e na parte da tarde vão andar em Puerto Iguazu e no Free Shop.
Esse parque tem várias lanchonetes espalhadas no caminho e mais áreas onde você pode sentar pra descansar, seja numa praça ou no meio da trilha com uma vista bonita. A estrutura do parque é muito bem organizada e as trilhas são bem sinalizadas. Digo trilhas, mas na verdade são passarelas de metal com fluxo em sentido único (a maioria das trilhas são circulares), o que não faz muito sentido com o parque relativamente vazio como no dia que fomos, mas em período de férias ou feriado, isso facilita muito!
Começamos pela trilha inferior, que na nossa opinião foi a mais bonita de todas. Você vai caminhando às vezes com a mata fechada e às vezes beirando o rio. Em vários momentos uma vista linda aparece, cada vez mais perto de uma queda d’água gigantesca, conforme você caminha. No finalzinho da passarela, você está de cara pra cachoeira e essa é a hora do banho!! Na verdade, a única hora que você se molha no parque do lado argentino.
Voltamos e partimos para a trilha superior, que já estava bem mais cheia. Acho que foi o horário de pico do parque! A trilha superior também possui vários mirantes, com espaços disputados por uma foto, com vista para a mesma cachoeira que vimos na trilha inferior, porém agora, vista de cima.
Ao voltar da trilha superior, fomos esperar o trem que levaria até a passarela da garganta do diabo. O trem passa de 40 em 40 minutos. Você precisa pegar uma senha e aguardar a sua vez de entrar no trem. Esse local de esperar era como uma praça de alimentação lotada, quente e com quatis roubando comida da mão de crianças.
Algumas pessoas preferiam não esperar o trem e fazer o percurso a pé, porém a caminhada era um pouco longa (acredito que mais de meia hora) e no sol. Como nós já estávamos com a senha para o próximo trem, preferimos aguardar, mas com o parque lotado em alta temporada, acredito que essa espera pode ser bem longa.

Antes da passarela que leva à garganta do diabo tem mais uma lanchonete, banheiros, uma bica com água potável e umas duchas pra quem estivesse com muito calor.
A passarela tem cerca de 1Km e passa por cima do rio até chegar na beira da cachoeira, no local chamado garganta do diabo. É um local onde o penhasco faz uma curva, e isso faz com que as quedas d’água se concentrem ali, com muita muita água. Você não consegue ver aonde elas estão caindo porque é formada uma nuvem gigantesca de gotículas de água que sobem dançando pro céu, formando um arco-íris. É mais uma daquelas cenas que você fica hipnotizado. Acredito que, dependendo da direção do vento, as pessoas devem se molhar na beira da passarela, mas no nosso dia, não nos molhamos nadinha. Encontramos uma brechinha na beira e ficamos ali olhando por mais de uma hora.
Lá pra umas 16:30, decidimos voltar. O trem te leva de volta até a entrada do parque. Fomos para o mesmo local onde o ônibus tinha nos deixado na chegada. Você precisa comprar o bilhete antes de entrar no ônibus (R$20,00 de novo).
Noite – Puerto Iguazu
O ponto final do ônibus era o terminal de Puerto Iguazu, onde pegamos outro ônibus (R$5,00) para o marco das três fronteiras do lado argentino.
Do lado argentino, o marco é de entrada livre. Tem tipo uma feirinha de lembrancinhas e índios da região vendendo artesanato. No local tem tipo um chafariz em que as águas saem do chão, as vezes no ritmo de uma música que tocava de tempos em tempos. Vimos crianças se divertiam a bessa correndo e se molhando. Como o tempo estava limpo, tivemos um por do sol bem mais bonito do que no lado brasileiro!

De lá, pegamos um ônibus e pedimos para descer na feirinha de Puerto Iguazu. A feirinha fica na região central da cidade, a duas quadras do terminal. É uma região bem charmosinha com vários bares e restaurantes. Na feirinha em si, não andamos muito, mas ela é legal. São várias pessoas que vendem queijos, azeitonas, alfajor, doce de leite...
Decidimos jantar em um restaurante ali perto mesmo e depois fomos andando pro terminal.
Depois das 19:15, os ônibus que voltam para o Brasil saem de 1 em 1 hora, até as 22:15. Pegamos o ônibus das 21:15, que passou pontualmente. Teve mais uma parada na aduana e depois o ônibus nos deixou na nossa rua. Pelo que vi, essa linha vem da Argentina, passando na rua do terminal e vai até a Ponte da Amizade (que liga o Brasil ao Paraguai), mas não atravessa a ponte.
Dia 6 – Volta
Nosso voo saia de Foz do Iguaçu as 5h da manhã. Isso significava que tínhamos que estar no aeroporto as 4h e chamar um Uber as 3h30, porque, embora saiam ônibus do terminal para o aeroporto, nesse horário não roda ônibus. Como eu já temia, não tinha Uber rodando na cidade essa hora!!!!! Com muito custo encontramos um, que não quis fazer a corrida pro aeroporto porque de lá, ele voltaria vazio! X[ Moral da história: tivemos que chamar um taxi e morremos em R$65,00 porque era bandeira 2. O motorista nos falou que quando as pessoas pegam esse voo da madrugada, elas combinam com antecedência o transfer para o aeroporto, porque são poucos os carros que ficam disponíveis nesse horário. Então, fica a dica: se for pegar voo às 5h da manhã, talvez seja bom não contar com a sorte e já combinar um transfer.
E é isso, galera! Acho que consegui trazer aqui todas as informações importantes que lembrei, já que estou com a memória fresca de que voltou de viagem há 5 dias. Mais uma vez, digo que são traduções da minha impressão sobre o lugar, que pode ser que sejam úteis, então, compartilho com alegria!
Escrito por Julia Serrate
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